Eu vejo os dias passando pelo calendário na minha cartela de pílulas.
É como, se a cada manhã, num movimento automático, eu engolisse com um gole de água, o dia anterior, sentindo novamente todos os sabores vividos.
Um pequeno ritual íntimo, simbólico demais, e que eu nunca tinha parado para pensar até então.
Minha vida mudou. Hoje eu me olho no espelho, e penso:
"-Não, eu não posso ter 17 anos! Impossível!".
Mas aí então, eu relembro algumas passagens da minha vida, os 2 últimos anos, e penso novamente:
"-Mas sinto como se já tivesse 22!".
Aquele pequeno pedaço amarelo de hormônio, que fica ambalado por um dia da semana, quando é destacado dos demais da cartela/calendário, é observado pelos meus olhos atentos como se fosse um álbum de fotos, uma TV, com um DVD acoplado, passando o dia anterior como em um trailer de cinema.
As vezes o gosto desce amargo, as vezes salgado pelas lágrimas, algumas vezes desce azedo pelos desgostos, mas ultimamente, têm descido de forma doce, suave, como se fossem docinhos de festa.
E além de serem remédios, são as minhas contas de dias, as provas de que o sol nasceu, se pôs, mesmo que eu tenho assistido ao espetáculo de vê-lo nascendo na manhã que passou.
Eu sempre me agarrei a figurativos para explicar meus sonhos, minha vida, minha rotina.
E que a cartelinha verde, com algumas abreviações de dias da semana escritos minúsculamente em seu topo, que me acompanha pelas manhãs, tenha sempre, junto com um gole de água, mais pílulas de lembranças boas , e que delas, só extraia as coisas boas.
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2 comentários:
Deeeh...q phoda seu blog
vc escreve mouh bem!
quero sabe como foi lah em porto :BB
; ]
bjokas
=*
Gosto do seu estilo
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