sábado, 10 de março de 2007

II

Sinto... e muito!

Eu cansei. De não poder... Tocar um sentimento.
Essa coisa inerte, que perfura meu peito. Que dói de verdade. E eu já nem sei se é isso, ou aquilo... Ai, como eu queria poder segurar o amor na minha mão, poder chacoalhar ele... Jogar pra cima, pegar de volta, beijar, bater muito nele algumas vezes...
Eu juro que queria pegar a raiva e esconder pra sempre. Num lugar que eu faria questão de esquecer, faria questão de nunca querer lembrar. Queria pegar a dúvida, e ahhh... Quebrar em mil pedaços e soprar ao vento sul do oceano.
E então, sem qualquer aviso ou notificação, eu pegaria no seu rosto, penetraria todos os seus pensamentos com o meu olhar e te beijaria com toda a minha vontade abafada.
Eu queria que você visse como seus olhos me hipnotizam, ou a força que suas palavras têm quando arrebatam os meus tímpanos.
Eu queria que você ouvisse os meus pensamentos, lesse meus sonhos... Quem sabe assim, você não me veria de outra maneira.
Eu queria pegar isso que eu sinto por você na minha mão. uma única vez... Esfregar na sua cara, fazer você sentir todo esse medo que eu sinto quando eu te vejo, toda essa vontade de te envolver nos meus braços, enlaçar seu corpo, juntar você à mim e ficar ali, por uma pequena eternidade, um infinito de tempo só nosso...
Eu queria que você me amasse o tanto que te amei em tempos durante um único dia. e toda essa agonia que me consome.
Ahh! Eu queria também, sabe o quê? Realizar essa cena... Meus cabelos ao vento, você no meu ouvido, não sei por qual motivo, mas eu estou chorando... Aí então você olha fundo nos meus olhos e diz algo que eu detesto.
Eu saio xingando tudo o que for possível, você me puxa e vagarosamente leva seus lábios aos meus. e eu sinto o seu perfume que paira no ar. Que dança brincando com o meu cabelo, fazendo cócegas no meu nariz.
E então eu penso no quanto eu te amo. Ou no quanto eu te odeio. E as lágrimas rolam soltas, livres, sem pensar em mais nada, eu só quero esse momento, parar o relógio do mundo e só funcionaria eu, você, o vento, e a música...
Mas tudo não passa de um delírio... Uma vontade sem precendentes... O que me resta é olhar através da janela, observar a lua que brilha toda imponente... Fazer, refazer, consertar todas as cenas que não vão acontcer, torcer pra tudo mudar no dia seguinte. Mas quando o dia seguinte chega, nada é diferente, além do meu desejo, que só cresce.
Agora? só me resta esperar... A famosa volta do mundo. porque ele? ele tá no 359º grau. o penúltimo.

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