domingo, 11 de março de 2007

IV

Escreva uma história de amor.

Escreva uma história de amor.
Cheia de contratempos, de lágrimas...
Cheia de súplicas apaixonadas, traições, arrependimentos, planos loucos, cheia de verdades, de sabores, de emoções.

As vezes parece que o coração está deitado sobre mil agulhas pontiagudas, sedentas por sangue, por dor. e mesmo assim, não sinto nada.
Acho que pela sobra de dor que já senti, as vezes até fico um pouco imune. mas por fora...
Por dentro é mais uma agulhinha que perfura um pedacinho do meu coração. E eu acho que quando todas elas estiverem afundadas no meio desse músculo doido, formando uma imagem bonitinha, agulhas de pontas coloridas, todas afundadas bem aqui no meio, talvez eu morra.
E eu pare de pensar nessa algazarra que se passa dentro da minha cabeça.
As vezes seria bom não pensar.
Acho que ainda serei capaz de sentar na beirada do abismo imaginário que é essa minha vida, e sentir a calmaria acariciar meu rosto...
Eu veria o pôr-do-sol, sentiria um tremendo medo de cair e bater com a cabeça numa pedra que está a 40 metros abaixo, e morrer... Sem estar com o coração todo perfurado... Assim como um mural de fotos.
Talvez seja assim. Cada desilução, eu penduro mais uma foto no meu coração, toda enfeitada, cheia de purpurina, alfinetes coloridos e muita "tinta" vermelha pra alegrar a tela.
As vezes ao andar na rua eu queria parar, agarrar sua mão, mandar você nunca me deixar...
Aaaiii... cadê você?!
Dói tanto essa falta de você.
Essa falta do que eu nunca tive.
Queria tanto pegar as palavras que você sussura no meu ouvido e guardar na minha caixinha de jóias tão fosca, sem luz, sem brilho. Sem o brilho das coisa que você balbucia pra mim. Sem o brilho profundo, emudecedor, cegante, ensurdecedor dos seus olhos. se você soubesse como seus olhos tem força!
E parece que você fica cada vez mais distante, mas está cada vez mais perto.
Cinco, dez, doze, quinze metros... Meu Deus! Segura minha mão... NÃO! Não cai.
Fica por perto. Nnão me deixe aqui!
Prova tudo o que eu tenho pra te oferecer.
Me tira do lado dessas pedras de gelo, desse barulho irritante de bolhas de ar estourando com o calor do dia.
Me tira desse tédio ocioso, me beija e ah! eu te mostro o caminho certo.
Tentar nunca foi demais. As melhores aventuras são vividas depois que tentamos ser felizes.
E eu só quero mais um dia de vida.
Mais um dia ao seu lado.
Seja como for.

...

[eu realmente gosto desse texto]

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